O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, visitou nesta quarta-feira (19), o Tribunal Superior do Trabalho (TST) e o Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT). Em uma reunião com ministros do TST e membros do Colégio de Presidentes e Corregedores dos Tribunais Regionais do Trabalho (Coleprecor), Meirelles ouviu a preocupação dos magistrados sobre a medida que limita o aumento do gasto público federal à inflação do ano anterior por 20 anos.
O presidente do TST e do CSJT, ministro Ives Gandra Martins Filho, relatou ao ministro da Fazenda a situação orçamentária da Justiça do Trabalho e os impactos que a população sofrerá caso a atual redação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/2016, que prevê o ajuste fiscal seja aprovada no Congresso Nacional. A principal preocupação se deve ao corte orçamentário que a Justiça do Trabalho sofreu em 2016, que comprometeu o pleno funcionamento das Varas e Tribunais e o atendimento à população.
O presidente do Coleprecor e do TRT da 15ª Região (Campinas/SP), desembargador Lorival Ferreira dos Santos, expôs as dificuldades enfrentadas pelos tribunais, que neste ano, sofreram cortes orçamentários de 30% no custeio e 90% nos investimentos. “Tivemos que reduzir contratos de serviços terceirizados, alterar o horário de funcionamento dos tribunais e cortar estagiários. Muitos tribunais estavam correndo o risco de fechar suas portas em agosto e fizemos diversos atos públicos em defesa da Justiça do Trabalho”, afirmou. A presidente do TRT da 4ª Região (RS), desembargadora Beatriz Renck reforçou as palavras do colega, pontuando a realidade vivenciada por seu tribunal, em um ano que descreveu como “desesperador”. A continuidade dos serviços só foi possível, ainda com economia, depois da aprovação da Medida Provisória 740/2016, que liberou R$ 353 milhões aos TRTs. Lorival entregou ao ministro Meirelles um documento elaborado pelo Coleprecor acerca da situação.